quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O meu apagão.


No dia 10/11 último ocorreu mais um apagão, que deixou às escuras, em parte ou completamente, 18 estados. Deixando de lado as discussões (eternas) a respeito de nossa falta de estrutura, relatarei aqui a minha história nesse momento. A única coisa legal é ler ou ouvir como cada um se virou nesta situação que, se é apavorante naquele momento, depois pode render uma divertida história...

Era por volta das 22h05... Eu estava no meio de uma aula sobre energia elétrica... Em dado momento, o professor simulou que ia desligar as luzes de duas luminárias da sala. Ao aproximar os dedos do interruptor, todas as luminárias se apagam e a luz de emergência se acende. Ocorreu um blecaute.

Pelo horário, nem adiantaria esperar a luz voltar. O professor encerra a aula e todos vão embora. Deixo a ETEC/Fatec São Paulo e vou ao ponto de ônibus, numa Av. Tiradentes totalmente às escuras.

Enquanto esperava o busão, da linha 175T/10 Metrô Jabaquara, lembrei do apagão de 2001. Eu estava no Metrô Luz, em 11/03/2001, praticamente no mesmo horário, quando tudo parou. Foi um apagão (aliás foi aí que nasceu o termo), que parou mais ou menos onze estados. Por sorte, o trem estava na plataforma. Daí, foi só sair da estação e apanhar um ônibus.

No ponto, já ouvia uns burburinhos de que era outro apagão nacional. Momentos depois, por curiosidade, olhei pra trás: "Caraca!", pensei. Vi que centenas de pessoas estavam esperando ônibus. Ou seja, o metrô - a estação Tiradentes fica a poucos metros do ponto - não estava funcionando. Era mesmo um outro apagão. Êeeeita nóis...

Logo chegou o demorado 175T. Mas não deu tempo nem de pensar em ir até ele... Dezenas de pessoas pensaram antes e saíram correndo em sua direção. O ônibus, articulado, ficou quase dez minutos parado, aguardando que todos os passageiros entrassem. Deixou o ponto lotado até o talo. E eu fiquei, aguardando o próximo.

Dois conhecidos passam por mim: um colega de sala, que mora em Jandira, me pergunta se tem algum ônibus pra Lapa. Sem Luz no metrô e nos trens metropolitanos, ele teria de ir de busão mesmo pra casa. Logo passa um Lapa, que o leva para o início de sua peregrinação. O outro é o professor, o "profeta", cujos dedos iniciaram minha jornada no apagão... Ele mora no Paraíso e, após parar vários ônibus só pra perguntar se passavam por perto de lá, pegou um que sobe a Rua Augusta. Enquanto esperava o 175T, fiquei tentando ligar para meu pai e minha irmã... Mas nenhum dos dois celulares, embora tivessem sinal, não completavam a ligação. Provavelmente algum trecho que necessite de energia elétrica estava sem funcionar.

Fiquei mais um pouco no ponto e logo passa outro 175T. Desta vez não deu pra entrar muita gente, já que veio de Santana lotadaço. Sem esperanças de conseguir ir pra casa através dessa linha, começo a pensar em um caminho alternativo. O caminho "escolhido": pegar um ônibus até o Terminal Princesa Isabel e, de lá, pegar o 5106/31 Divisa Diadema. Depois, desceria no Metrô Conceição e pegaria o 175T, voltando como Metrô Santana, ou um micro da linha 5128/10 Aeroporto, pra casa.

Beleza. Plano feito, só tinha um problema: como chegar ao Terminal Princesa Isabel, se o ônibus pra lá praticamente sumiu... Fiquei mais de 40 minutos no ponto e não passou um... Mas, pra minha sorte, o milagre aconteceu: como alguns cruzamentos foram bloqueados, por falta de energia nos semáforos, uma outra linha, a 5144/10, que seguia para o Terminal, foi obrigada a passar em frente à Fatec. E foi ela mesma quem eu peguei. No caminho, passei por alguns cruzamentos. A CET estava presente, orientando o trânsito. Foi uma agradável surpresa, no meio do sumiço de outros órgãos públicos...

Chegando ao Terminal: um breu... Só se viam os letreiros eletrônicos, faróis e iluminação interna dos ônibus - além de um ou outro celular ligado. De resto, só sombras... Às 23h30, parte o ônibus da 5106/31. No caminho, fui vendo as luzes se acendendo. Não era em todas as áreas, mas alguns locais tiveram um retorno mais rápido... Chegando no Metrô Paraíso, batata: o ônibus lotou até o talo. Mas foi só lá... Depois, praticamente todas as paradas foram só para os passageiros descerem.

À 0h30 cheguei ao Metrô Conceição. Lá nem se via luz... Desci do ônibus, atravessei a avenida para o outro lado, onde peguei o micrinho da 5128. À 0h50, já estava em casa. UFA!!! Liguei o rádio a pilha e o notebook - que estava carregado - pra ver como tava o país... Mas foi por pouco tempo... Morto de cansaço, fui pra cama...

Manhã seguinte: a luz chegou durante a madrugada. Tomei banho... Tomei café... E fui pro serviço. Mais um dia começa e, pensava eu, o apagão era coisa do passado. Chegando ao trampo, pego o elevador. Na metade do caminho, a luz pisca. Um senhor aciona o alarme. Aciona o interfone, mas ninguém atende. Automaticamente, devagarzinho, o elevador desce ao 2º subsolo e, em seguida, sobe ao térreo. Saindo de dentro dele, uma das funcionárias da recepção avisa que os elevadores tiveram um problema por causa da falta de energia (Muito legal isso... Poderiam ter nos avisado antes de entrarmos nele).

O jeito, então, foi subir de escada... O único problema: eu trabalho no décimo e sexto andar. Ou seja, diferentemente da maioria das pessoas, o apagão deixou-me efeitos físicos, que foram sentidos até o final daquele dia...

domingo, 8 de novembro de 2009

"O 'Bullying' premiado"

O título deste post foi o comentário do mestre José Paulo de Andrade em seu twitter. Segue o mesmo por inteiro: "Bullying premiado: UNIBAN expulsa aluna que usava micro-vestido. Mau exemplo para uma Universidade, ainda mais em um curso de Turismo."

Ontem a Universidade Bandeirante, Uniban, divulgou que decidiu expulsar a aluna Geisy Arruda que, no último dia 22 de outubro, foi hostilizada por colegas dentro da faculdade por usar um vestido curto.

Independente do motivo, a atitude dos alunos foi de uma selvageria sem tamanho. Nada justifica esse comportamento, nada digno de seres humanos, sejam eles universitários ou não. Aliás, muito me preocupa que tipo de profissional serão esses vândalos no futuro.

No entanto, o maior erro foi a própria universidade. Ela nada mais fez do que justificar a atitude daqueles pseudo-estudantes. Um falso-moralismo ridículo.

De carona com esse assunto, li um texto muito bem feito no Blog do Luis Nassif. Segue o link para o texto, este escrito por André Araujo, intitulado "A fábrica de Alunos da Uniban": http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/11/08/a-fabrica-de-alunos-da-uniban/ . Esse texto trás a tona a discussão sobre o real compromisso dessas novas universidades, nascidas a rodo a partir dos anos 90, no que tange a difusão do conhecimento. Decisões precipitadas como essa, simplesmente nos levam a pensar quantas dessas universidades realmente se comprometem com o desenvolvimento do conhecimento e a difusão da discussão para a solução dos problemas de nosso país...