Em outubro de 2010, estive pela primeira vez em Juquitiba, município que fica a cerca de 80km da cidade de São Paulo. Peguei a linha intermunicipal 030TRO Itapecerica da Serra/Valo Velho - Juquitiba/Branabés e, depois de quase duas horas de viagem cheguei ao ponto inicial da linha, no distrito de Barnabés.
A rua de entrada do Distrito de Barnabés |
Barnabés é um distrito localizado ao sul de Juquitiba, a poucos quilômetros da divisa com Miracatu. Nessa época, estavam começando as obras de duplicação da Rodovia Regis Bittencourt (BR-116) no trecho da Serra do Cafezal. Logo, muita lama e trechos interditados.
De linha de ônibus, além da 030 - que é a mais regular -, só passavam (poucas) linhas de lotação municipais e uma linha suburbana, a 4790-01 Juquitiba/Centro-Miracatu/Cafezal. Essa linha atende quem mora ou trabalha no começo da Serra do Cafezal - até o Restaurante do Japonês, mais especificamente. Mas possui um intervalo horroroso: duas horas entre um carro e outro... Bom, na verdade, é entre o mesmo carro, já que a linha tem um ônibus só.
Ao fundo, o restaurante onde almocei; em primeiro plano, o posto de gasolina, parada obrigatória para muitos caminhoneiros. |
Após tirar algumas fotos, fui almoçar em um restaurante que fica logo na entrada do bairro, junto a um posto de gasolina. O bufê era simples e não muito sortido. Mas era de boa comida. Na TV, apesar do horário, desenhos animados. O sinal local da Globo para a Grande São Paulo não chegava até lá. Só enfatizava o clima de interiorrrr do local. Já o posto não era muito diferente. Uma boa parte dos clientes era formado por caminhoneiros. E muitos deles paravam ao lado para almoçar no restaurante.
O poder público marca sua presença. Mas é pouco perante as necessidades do bairro. |
Depois, fiz mais algumas fotos do bairro. A rua de entrada do bairro era a Rua Antonio Soares Godinho. Ela era pavimentada em paralelepípedo, bem no estilo de bairros mais antigos. O comércio era local e havia muitos poucos locais representativos do poder público. Pelo menos ali, vi somente um posto de atendimento ao cidadão e nada mais. Muito pouco, perto das necessidades do distrito.
A sensação de "esquecimento" sentida pela população foi resumida em uma mensagem escrita em uma mureta de concreto das obras de duplicação, que fotografei em uma nova visita três meses depois desta: "Barnabés sem justiça. Barnabés abandonado, Políticos, nós temos memória."
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