Pois é... Não deu... O hexa, que toda a nação tanto almejava, ficou para 2014...
Entre o fim do jogo e o reinício da minha jornada ainda sobrava uma hora... Nesse meio tempo, desci para a rua e vi várias rodas de pessoas conversando sobre o jogo. Nos bares, a animação não mais existia... Enfim, todos sentiram o baque da derrota.
Três horas depois, por volta das 16h30, lá estava eu em um ponto de ônibus da Alameda dos Maracatins esperando o ônibus para voltar pra casa. Trânsito tranquilo... Um homem, puxando uma carroça, do outro lado da rua, volta-se para mim e diz:
- Estou triste. O Brasil perdeu a copa.
E, seguindo-se a isso, foi falando... Falando... Falando. Mais parecia um desabafo. Eu, ainda do outro lado da rua, continuei ouvindo. E encerrou comparando a sua situação à situação de quem ganha milhões pra jogar um futebol pífio como se viu naquele segundo tempo.
Infelizmente o futebol tem uma dimensão, uma importância muito maior do que deveria realmente ter... E nossos jogadores, salvo raríssimas exceções, não tem a menor idéia da dimensão da importância desse esporte e do que representa esse título para os brasileiros - em especial para aqueles que tem muito pouco o que comemorar.
Quem perdeu jogando vai pra casa e vai dormir com seus milhões de dólares na conta bancária para, no dia seguinte, começar um dia igual a tantos outros... E muitos daqueles que perderam torcendo, tem voltar pra casa e tentar dormir, pensando em como por o pão do dia seguinte na mesa do café. São dois lados que o capitalismo até explica... Mas que contraria completamente o desejo de um mundo igual para todos...